quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Projeto de Pesquisa - Passos

Na minha prática cotidiana com pesquisa atendo meus alunos e os que a mim chegam para montar projetos, quase sempre muito perdidos. Registro aqui alguns considerações sobre projeto, a primeira, a própria definição que eu proponho : projeto é intenção de pesquisa, e como tal, deve-se pensar no tema, questionar se o mesmo pode ou não ser exeqüível. A resposta só poderá vir mediante um levantamento bibliográfico e de campo (rápidos), juntamente com as condições materiais e humanas. Isto posto, não existe projeto ruim. Todo projeto exige leituras, disciplina, dedicação e um bom cronograma de trabalho. Segue-se os aspectos gerais do projeto e o desdobramento de cada parte.
1- TEMA
1.1- Delimitação do Tema
2 - PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA
3 - HIPÓTESE DE PESQUISA
4 –JUSTIFICATIVA (pessoal/social)
5- OBJETIVOS
5.1- Objetivo Geral
5.2 - Objetivos Específicos
6 -REFERENCIAL TEÓRICO
7- METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
7.1- Procedimentos e Instrumentos de Coleta de Dados
8- ETAPAS DE CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
9 - BIBLIOGRAFIA (fontes necessária para desenvolver a temática no projeto e posterior Monografia



TEMA (seleção): algumas observações
Parte de desejo pessoal; em função da carreira ou exigências de cursos;

Define a área de especialização (familiaridade, necessidade de maior fundamentação técnico-prática);

Lacuna na formação;

Relevância para a área de atuação;

Reelaboração de aspectos teóricos ou práticos;

Aplicabilidade

Limites pessoais (formação e institucional);

Ser exeqüível, ter acesso aos dados;

Interesse para a comunidade acadêmica/científica.

1.Quanto ao título do projeto:

Trata-se de indicar, mediante o título, o assunto do trabalho. É uma nomeação do tema da pesquisa. Pode-se distinguir entre o título geral e o título técnico. Este, geralmente aparecendo como um sub-título que especifica a temática abordada, ao passo que o título geral indica o teor do trabalho.

TEMA: deve ser problematizado – geralmente o tema tem uma amplitude que comporta vários estudos e interpretações, por isso deve ser decomposto e deve-se selecionar o campo de atuação.


2.Determinação e delimitação do tema

Momento fundamental da pesquisa. É o momento de caracterizar de modo mais desdobrado o conteúdo da problemática que se vai pesquisar e estudar. Antes de iniciar a pesquisa deve-se ter clareza do problema.
PROBLEMA: formular é expressar de forma precisa, afirmar definida e sistematicamente.(D. Dusilek, 1986)

Isto significa que:
Neste momento, após escolher o tema, o pesquisador, deverá delimita-lo, a partir da situação problemática, para encaminhar operacionalmente a pesquisa, de acordo com o tema escolhido.

Não é um processo fácil

Exige reflexão crítica (está aí a originalidade)

Não há uma técnica, mas deve-se levar em conta:
O enunciado do problema inicia a investigação
Orienta a coleta dos dados
Determina os resultados da pesquisa
Pode surgir de um resultado de estudo

3. A formulação das Hipóteses

Hipótese – HIPÓ (debaixo de) + THÉSIS (proposição)
HIPÓTESE – etmologia “o que está suposto”, e que será ou não confirmado.
Hipótese: a tese propriamente dita, ou hipótese geral, é a idéia central que o trabalho se propõe demonstrar. Não confundir hipótese com pressuposto, com evidência prévia. HIPÓTESE é o que se quer demonstrar.

FUNÇÃO:

Fixar a diretriz da pesquisa
Ser passível de verificação: via observação sistemática (estudo dos fenômenos tais como se apresentam) e via experimentação (estudo dos fenômenos em condições determinadas pelo pesquisador).

4.Explicitação do quadro teórico
Inicia-se com o levantamento bibliográfico (provisório e dinâmico):
Obras de referência mais gerais – enciclopédias e livros introdutórios, catálogo de assuntos, anais, artigos de revistas especializadas;
Deve-se elaborar um guia bibliográfico (posterior aprofundamento).
PARA QUE este procedimento?
Evitar pesquisas com a mesma abordagem;
Pesquisar se existem outras abordagens dos problemas e verificar como foi abordado, quais os instrumentos (técnicas) utilizados;
Estabelecer uma visão global e crítica do problema e das hipóteses;
Iniciar uma pré-seleção bibliográfica, indicando uma bibliografia básica e completar para o estudo da temática proposta
PORTANTO, o quadro teórico é:
Universo de princípios, categorias e conceitos, formando um conjunto logicamente coerente, dentro do qual o trabalho do pesquisador se fundamenta e se desenvolve;
Deve-ser coerente e consistente;
Compatível com o problema;
Deve ter organicidade;

5.Procedimentos Metodológicos e Técnicos

Dizer o tipo de pesquisa a ser desenvolvida (empírica, trabalho de campo ou de laboratório, teórica, histórica, ou de um trabalho que combinará, até certo ponto, várias formas de pesquisa);
Dizer dos métodos e técnicas – MÉTODOS = procedimentos mais amplos de raciocínio: TÉCNICAS = Procedimentos mais restritos que operacionalizam os métodos, através de instrumentos adequados.
Cabe definir aqui o plano de análise dos dados.
PORTANTO, significa:
Especificar/descrever a natureza da pesquisa e as fontes selecionadas para o seu desenvolvimento;
Pesquisa documental: fontes
Pesquisa bibliográfica: fontes
Pesquisa experimental: características dos grupos de amostra, tipos de amostragem ou outros instrumentos de coleta de dados, plano de análise dos dados.

6.Recursos econômicas(financiados)
Material de consumo;
Treinamento de pessoal;
Remuneração de serviços;
Outros: diárias, passagens, etc.

7.Estabelecimento do Cronograma
Avaliar o estágio do processo de trabalho;
Dividir o tempo em função das etapas principais;
Organizar as tarefas.

8. Indicação da Bibliografia
O que foi posto no referencial mais o que é relevante para a pesquisa. Mostre que você conhece a literatura.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Métodos e Técnica de Pesquisa - Importância

A disciplina Métodos e Técnicas de Pesquisa, ou Metodologia Científica, tem por objetivo capacitar o aluno a “aprender a aprender”, isto é, desenvolver a autonomia em seus estudos, e está também em função dos trabalhos acadêmicos, da pesquisa, monografia ou trabalho final de graduação, oferecendo-lhe o suporte técnico-metodológico. Portanto, ela não possui um fim e um valor em si mesma, mas um caráter instrumental; apresentando as normas e as exigências formais da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT- Norma 6023,14724, 10520, atualizadas) para a elaboração de trabalho científico. Um trabalho científico é um texto escrito para apresentar os resultados de uma pesquisa desenvolvida. A etapa da produção do texto, portanto, deve ser precedida obrigatoriamente de etapas, cujas nomenclaturas podem variar de autor para autor, de Instituição para Instituição.
Tais exigências não devem ser vistas pelo aluno como mera formalidade, pois os trabalhos de graduação e, consequentemente, o trabalho final de graduação e/ou pós-graduação são uma demonstração pública-formal das habilidades e competências para o exercício de uma profissão qualificada e reconhecida socialmente.
O Projeto de Pesquisa, a Monografia ou Síntese, com alguma diferença e especificidade, é desenvolvido em cinco etapas (capítulos), simultâneas e complementares:
a- A delimitação espacial do Projeto, caracteriza-se pela apresentação do histórico e da estrutura organizacional, na qual o Projeto será desenvolvido, levando em consideração a natureza específica de cada projeto;
b- A definição do próprio objeto da pesquisa/estágio, apresentando a área e o tema-problema deste, seus objetivos geral e específicos e sua justificativa;
c- O referencial teórico constitui a fundamentação conceitual do tema em estudo e pesquisa, obtida mediante a leitura de bibliografia científica e apresentada conforme as normas exigidas pela ABNT;
d- A metodologia do trabalho indica os procedimentos adotados no levantamento dos dados, coerente com a forma de pesquisa adotada;
e- O cronograma de atividades apresenta o programa de trabalho a ser desenvolvido, do qual resultará a monografia/relatório.
O ponto de partida do Projeto de Pesquisa depende da definição de quatro elementos básicos, intrinsecamente articulados e auto-implicativos:
a- O aluno: sujeito determinante do projeto, todo processo tem no aluno seu elemento decisivo, sem sua responsabilidade consciente tudo fica comprometido. Quando se trata de uma equipe, a exigência não é menor, pois ocorre a necessidade de articular e integrar opiniões e opções diferentes e, às vezes, divergentes; bem como a divisão eqüitativa e co-responsável das tarefas, sob pena de sobrecarregar alguns membros e alienar outros do processo de produção do trabalho;
b- O tema: o assunto que constituirá o objeto do estágio-pesquisa; este deve estar no âmbito dos interesses, afinidades e possibilidades do aluno; é necessário ter clareza destes elementos decisivos para a escolha do tema, assim como da possibilidade de transformá-lo num problema, cuja relevância de interesse e possibilidade de solução possam credenciá-lo como objeto de pesquisa científica;
c- O local: refere-se ao “campo de pesquisa”, onde o trabalho será desenvolvido; é evidente que a escolha deste “campo” não é aleatória, ela deve propiciar a execução, ainda que de maneira experencial, da proposta de intervenção profissional;
d- O orientador: a escolha do professor orientador deve pautar-se por critérios prioritariamente profissionais e não por afinidades pessoais; ele, além de ser o representante institucional assegurando o cumprimento das exigências acadêmicas, é um profissional com qualificada competência na área de pesquisa, que será posta a serviço do aluno, sem substituir suas iniciativas e responsabilidades.
Percebe-se com evidência que o desenvolvimento do Projeto de Pesquisa depende do equilíbrio harmonioso de todos esses elementos; qualquer negligência ou sobrevalorização de algum deles comprometerá a estrutura do trabalho, inviabilizando sua execução.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

novas postagens

Olá, caros leitores.
Na dança de final de semestre o blog está solitário. Em breve haverá novas postagens, mas só para não ficármos no vazio, segue a minha frase de abertura dos meus cursos, na qual acredito.

O conhecimento é o único bem que possuimos e que ninguém reclama herança nem há hipoteca.

sábado, 8 de novembro de 2008

Expectativa e ansiedade diante do novo

O início e a reta final de qualquer curso acadêmico são encarados de duas maneiras diferentes e contraditórias. A primeira trata-se daqueles que vêem esse início como um momento de grandes expectativas e ansiedade para aprender logo: o segundo momento, o conclusivo, é vivenciado como um processo isolado, como “fim de feira”, que deve ser concluído a qualquer preço, o que vale é a liquidação. Outro modo bem diferente de encarar a realidade acadêmica é experenciá-la, assumindo postura daqueles que entendem que um curso é construído no dia-a-dia, com o seu caráter de sistematização e síntese entre a sua trajetória e a sua experiência profissional.
A rigor, toda atividade humana decorre dentro de um processo dialético entre teoria e prática. Diz-se com precisão que “prática sem teoria é cegueira e teoria sem prática é paralisia”, ambas, unificadas, fazem parte do todo da ação humana, constituindo a práxis: ação refletida, com significação e objetivos conscientes pelo sujeito humano. Há uma assertiva irrefutável: se o ser humano não pensa, não reflete sobre o que ele faz, como faz e para que faz, alguém o fará por ele, transformando-o em um dócil servo, ou então suas ações não serão efetivas e conseqüentes.
O Projeto de Pesquisa, a Monografia, ou algo equivalente, dependerá dessa concepção e opções prévias a respeito da reta final do curso. Todo trabalho conclusivo de graduação deve caracterizar-se pela revisão sistemática e pelo aprofundamento da própria experiência profissional, à luz do seu aprendizado acadêmico. Não se trata de cumprir a qualquer preço uma exigência institucional, mas de demonstrar formalmente a capacidade de uma intervenção científica no campo profissional; é a oportunidade de comprovar a competência teórico-organizacional para desenvolver um trabalho planejado e consistente, superando o senso comum inconseqüente e o pragmatismo imediatista. Quando se chega ao trabalho de conclusão de curso, é evidente que essa etapa exigirá do graduando uma postura de firmeza e determinação, valorizando a contribuição sócio-acadêmica da sua produção intelectual. Além disso, o investimento pessoal na elaboração esmerada do trabalho final será de suma importância para o currículo e, por conseguinte, para o futuro profissional.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Síndrome da folha em branco: quebrando o ciclo(2)

"Encontrando Forrester" – filme de Gus Van Sant. Retrata o desejo de um garoto para aprender a ler e a escrever.
Por que o indico? Porque nos alivia, nos conduz para uma situação que não é só “nossa”, mas que todos, em algum momento, a vivencia; porque nos dá força quando estamos vazios de idéias. Caso queiram ler sobre o filme há boas resenhas. Todavia, é indispensável assisti-lo.

Síndrome da folha em branco (1)

Quem nunca sofreu da síndrome da folha em branco ou se se quiser, de uma tela em branco? O poema que se segue brotou num desses dias em que eu precisava escrever e nenhuma idéia surgia. Cansada de olhar para o papel relaxei e resolvi escrever sobre o que sentia: falar do medo, de um momento em que ele chega mais forte, desta mistura de luz e sombra e o resultado vos apresento.

Lusco-fusco

Momento de passagem – transição.
O dia termina.
A luz do dia se mistura, vem a sensação do mergulho nas trevas.
Não há trevas, nova luz emerge.
A noite tem seu brilho, diferente,
A lua,
As estrelas...
Outra luz,
Diferente.
Não há trevas, mas fusão de cores,
Nascimento de outra realidade.
Passagem, fusão, lusco-fusco.
Nova realidade!
Outra luz e ciclicamente
Sol e lua,
Universo.
Fluxo-refluxo, nada mais!
A vida prossegue.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Breve biografia

Lucinete Marlúcia Vitor Araújo é graduada em História, Especialista em História do Brasil Contemporâneo, Especialista em Filosofia, pela Universidade Federal de Uberlândia; Mestre em Magistério Superior, pelo Centro Universitário do Triângulo- MG. Atuo como docente no ensino superior desde março de 1988, em IES Privada e Federal.

Em IES privada atuei como professora de História (antiga, medieval, moderna, contemporânea e Brasil), Sociologia, Filosofia, Ética, Antropologia Cultural, Sociologia, Globalização Cultural, Metodologia Científica, Epistemologia, Orientação de Projetos. Em IES Federal ministrei História da América, História Econômica, Tópicos Especiais em História Medieval, História da Educação, Gestão de Políticas Públicas em Educação, Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio. Sou membro do Conselho Editorial da Revista Letrilha do Centro Universitário do Triângulo; Conselho Executivo da Revista Cadernos de Pesquisa da Universidade Presidente Antônio Carlos - (www.unipacuberlandia.com.br/cadernosdepesquisa). Proferi palestras sobre História das Instituições Educacionais, História das Instituições e Ética na Docência. Tenho participação em Congressos internacionais e nacionais na área de História da Educação e em Congresso nacionais em História; artigos publicados em Anais de Congresso e em Periódicos de circulação nacional. No ano de 2007, atuei como colaboradora em projeto de Extensão na Universidade Federal de Uberlândia, PEIC 84 – Filosofia Aplicada à Educação Infantil e como professora convidada no Curso de Especialização em Filosofia, no Centro Universitário de Patos de Minas- MG – UNIPAM – Iniciação à Filosofia e na Especialização em Psico-Pedagogia na Faculdades Integradas de Mineiros – FIM - Conhecimento e Aprendizagem. Curso de aperfeiçoamento em Psicologia Analítica – C.G. Jung. No momento, estou vinculada à Faculdade Uniminas – Uberlândia. Há 10 anos venho desenvolvendo o trabalho de orientação e correções metodológicas, quer seja em graduação ou pós-graduação.

Currículo na Plataforma Lattes - CNPq
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/1404603682810920.